Depois de quase dois anos de pandemia não sabemos exatamente o que esperar do mercado imobiliário em 2022, então para fazer qualquer previsão sobre o futuro é preciso relembrar os cenários anteriores. E sob essa perspectiva o Secovi SP dá indícios do que aguardar para esse ano.
Em 2016 o setor de imóveis sofreu fortes impactos devido inúmeros fatores, distratos, processos de impeachment, restrições em virtude da lei de zoneamento, porém em 2017 o mercado voltou a ficar aquecido e em 2019 houve recordes com 65.312 lançamentos e 49.224 unidades vendidas. Já em 2020, mesmo com o início da pandemia, 59.978 unidades foram lançadas e 51.417 unidades vendidas, isso tudo graças à queda da Selic e a novos hábitos como home office. No ano seguinte, mesmo com as oscilações, o aumento significativo da taxa básica de juros e da inflação, os números não decepcionaram, 56.439 unidades lançadas e 52.563 vendidas.
O HIS, Habitação de Interesse Social, é um mercado que tem mostrado resistência. A oferta e venda, desde 2019, tem sido em torno de 30 mil unidades em São Paulo e por conta dos ajustes feitos no programa Casa Verde e Amarela é possível que esse volume permaneça. Contudo é preciso considerar que a taxa Selic a 11% e 12% ao ano e a inflação acima de 10%, no primeiro semestre mostram que a renda familiar pode sofrer impactos e portanto ser reduzida, assim como o preços dos imóveis aumentar.
Embora os dados dessa retrospectiva sejam positivos, em sua maioria, os especialistas Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi SP e Edson Kitamura, gerente do departamento de economia, alertam que é preciso se atentar a alguns fatores próprios de um ano eleitoral e que os demais mercados devem continuar sendo influenciados tanto pela demanda reprimida de anos, das classes média alta e alta e também pelas restrições urbanísticas. Ainda assim, a previsão é que bons ventos soprem em direção ao mercado imobiliário, de acordo com o histórico dos três últimos anos.
E a estimativa de bons tempos para o setor é reforçada pelos resultados da pesquisa Datafolha. Segundo o levantamento, um a cada três brasileiros desejam mudar até 2023, para realizar o sonho da casa própria. Segundo a pesquisa, 36% dos paulistanos manifestaram esse desejo, contra 34% dos cariocas e 26% dos habitantes de Belo Horizonte.
Esse desejo é ainda mais forte entre pessoas que moram de aluguel (58%) e por quem mora em apartamento (38%). A pesquisa realizada com pessoas de todas as regiões do país mostra que os dois principais motivos que os levam a buscar a mudança é o desejo de ter a própria casa ou estar mais perto do local de trabalho.
Mas enquanto, para alguns o desejo de comprar um imóvel já tem prazo definido, para outros a locação continua sendo uma opção mais viável, visto as atuais condições macroeconômicas. Segundo análise de Pedro Tenório, economista da DataZAP+, com a crise impulsionada pela pandemia, houveram muitas negociações de reajuste e quebras de contrato em relação a aluguéis, impactando negativamente o setor, entretanto o aumento da Selic pode frear a demanda por compra de imóveis, que por sua vez voltam a impulsionar o mercado de aluguel de imóveis.
E por aí, quais são as apostas para o mercado imobiliário em 2022?
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